Confesso que, em relação a isso, vivo numa montanha russa. No
mesmo momento em que, ao olhar para baixo, me apaixono por minha barriguinha
saliente, cinco minutos depois já estou me preparando psicologicamente para
enfrentar os quinze minutos na esteira e mais quarenta e cinco levantando pesos
-isso sem levar em conta as abdominais.
De onde surgiu tamanho horror à gordurinha nas costas, ou à
pochete - que voltou à moda-? Enquanto pesquisava mais sobre o assunto, afim de
escrever um texto -na medida do possível- bom, me deparei com os 'vinte e sete
alimentos que vão secar sua barriga' e a 'dieta seca gordura, que elimina dois
quilos em uma semana'. Inicialmente meus olhos brilharam e meu subconsciente
pulava de alegria gritando: 'temos salvação!'. Mas, e se eu não quiser ter
salvação?
Observando minha família, noto que por questão de genética,
somos mais avantajadas, largas, com pochetes e outros acessórios mimosos. E me
pergunto, há necessidade de fugir disso? Devo comer salada porque quero comer,
porque esta faz bem para meu organismo, ou porque a mídia implantou na cabeça
de uma maioria que devo me entupir de salada, shakes, evitar carboidratos e
passar horas em uma academia para ser aceita e “feliz”?
É pra isso que fui criada? Para não me aceitar da maneira que
sou, com coxas grossas, barriguinha um pouco saliente, gordurinha nas
costas e uma pelanquinha que acena e te cumprimenta também quando dou um tchau?
Estou errada por começar a olhar torto para "a top model magrela na passarela"?
Repare que, não disse amar, disse aceitar. Ainda estou em
processo de transição. Estou me livrando, aos poucos, da obrigação de ir na
academia, da 'dieta seca barriga' e de anos e anos de uma cultura que, a cada
propaganda, carnaval ou programa de tv, gritava: "tem que ser magra!"
E eu recomendo. Recomendo se olhar mais no espelho, se aceitar mais, comer ser
medo, malhar sem medo e por que não, amar se ver como uma exceção -a uma regra
que não existe.
Isabela Lacerda
Olha, acho que tá certinha, afinal, os conceitos de moda, belo, feio, e etc, não são conceitos naturais, e sim culturais, muitas vezes pregados por uma classe dominante, ou um explorador econômico, em cada época houve um padrão de beleza, se pensarmos somente no estilo "secoeesqueletico" contemporâneo, não veríamos beleza na bela (e de coxas grossas) Vênus do quadro de Boticceli, não apenas as mulheres, se todos se preocupassem menos com os "padrões" de beleza, com certeza seríamos mais felizes... feios, mas felizes!
ResponderExcluirPor um mundo onde as pessoas antes de olharem para a barriguinha olhem para o intelecto, o que a pessoa tem para nos acrescentar. A magrela ou a gostosona de hoje podem ser a obesa de amanhã, problemas de tireoide estão afetando até fenômenos, imagina nós, pobres mortais. Antes de aceitar a imposição de magreza da mídia vale a pena dar uma olhada naquilo que vai além do corpo, beleza e magreza se vão facilmente, essa casca -corpo- a gente carrega é passageira. Se não tivermos boas coisas na alma, de que vala a passagem por aqui? Se ame mais e se importe menos com comentários maldosos de quem não tem nem corpo nem alma bonita e se aceite como é, gordinha ou magérrima, mas é isso, é porque quer ser assim e não porque a sociedade quer te fazer assim.
ResponderExcluirps: papo de gordinha feliz e de bem com o próprio corpo.
bjs, bela bonita
Aw, curti esse texto. Mas no meu caso é diferente, eu sou magra e não consigo engordar de jeito nenhum. Aí vem o povo com aquela conversa de que brasileira tem corpão. Desculpa gente, não é culpa minha se nasci fora do protótipo (como se realmente existisse um). Sou a prova de que o negócio não é ser magra ou ser gorda, mas é se aceitar. Caramba, somos garotas, sempre vamos encontrar defeitos em nós mesmas. rs
ResponderExcluirBeijos, Paradise.
Fico muito feliz ao ver que existem mais meninas -lindaaaas- que, assim como eu, estão se aceitando! E Raquel, tem uma música da Rita Lee que diz: 'nem toda feiticeira é corcunda, nem toda brasileira é bunda', acho que esse devia ser seu lema a partir de agora haha
ResponderExcluirBeijos <333
Se não tivermos boas coisas na alma, de que vala a passagem por aqui? Se ame mais e se importe menos com comentários maldosos de quem não tem nem corpo nem alma bonita e se aceite como é, gordinha ou magérrima, mas é isso, é porque quer ser assim e não porque a sociedade quer te fazer assim.
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