Gato e Rato

Eu já cansei de te explicar, já argumentei de mais e você nem prestou atenção, mas no fundo você sabe que eu estou certa.

Eu já fui do tipo que desistia fácil sabe, que largava de mão na primeira curva; mas as pessoas mudam, evoluem. Eu me tornei daquele tipo insistente de pessoa que esgota o último fio de cabelo, mas não se desapega de uma causa. E por mais ridículo que isso possa soar, você é a minha causa.

Eu não quero te mudar, e sei que nem conseguiria. Não estou nenhum pouco afim de exigir ou cobrar algo, afinal, o que é que a gente tem mesmo? Nada. Eu só quero acrescentar. Eu só quero que chegue lá na frente e você pense: “cara, ela não desistiu tão fácil!” 

Eu também já fui daquele tipo medrosa, que só de pensar no amanhã morria de medo. E de novo as pessoas evoluem. Seria hipocrisia falar que eu não tenho medo, por que eu tenho, e muito! Mas eu não consigo me imaginar sem eles. É tipo um bichinho de estimação que você aprende a domar, que você ensina boas maneiras e a hora de aparecer. E eu indico isso a você.

Eu não quero que você comece a se jogar de cabeça em tudo e pare de pensar nas consequências, mas apure os sentidos, olhe por trás do que está a mostra, escute bem o que não te falam (como diz Leminski: repara bem no que não digo); eu acho que isso ia te fazer crescer pra caramba.

Sabe aquele tipo de mulher que pega a pessoa mais torta só pra ter o prazer de desentortar? Pois é, eu não consigo ser assim. Talvez por que eu sou a pessoa torta… Mas enfim, quando eu falo que você é minha causa, não estou me bandeando pro lado romântico que vai falar que você é a razão do meu viver. Deus me livre!!! Mas é por que eu me disponho a não desistir, pelo menos não por agora, de algo que eu realmente acredito.

Eu acredito em mim, acredito em você de jaleco, acredito que o mundo não vai acabar em dezembro e que no fim das contas eu vou acabar sendo uma jornalista clichê. Mas acima disso -pelo menos agora- eu acredito que seria divertido um ‘nós’, mas só a vezes, pra quebrar essa rotina de gato e rato que a gente vive.

Isabela Oliveira

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